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terça-feira, 27 de agosto de 2024

O poder está nas cartas ou na garota mágica? – um pouco sobre Sakura Card Captors

agosto 27, 2024 Posted by Debauchy Tea Party No comments

 

Um clássico da Clamp. Fonte da imagem: [x]
Retomando nossas postagens no blog da Debauchy Tea Party, vamos falar de um mangá clássico da Clamp (grupo de mulheres responsável por uma equipe de grande sucesso editorial): Sakura Card Captors, também conhecido por Cardcaptor Sakura. No Brasil, foi publicado pela JBC e você pode adquirir aqui. Só que essa postagem será dedicada não somente a série original, mas também a continuação: Sakura Card Captors Clear Card Hen, também conhecido só por Cardcaptor Sakura: Clear Card, também vendido pela JBC aqui.

A história dos mangás é sobre uma garota adolescente chamada Sakura Kinomoto, uma estudante que leva uma vida normal até, acidentalmente, acaba abrindo um livro aleatoriamente na biblioteca do pai dela, causando uma grande confusão. De repente, inúmeras cartas — chamadas Cartas Clow — começam a voar e se espalhar pela cidade. Ela acaba conhecendo o guardião das cartas, o Kerberos, apelidado carinhosamente de Kero. Ele a oferece uma chave que, ao que parece, é um báculo mágico. Desde então, ela captura cartas.

Não queremos dar spoilers e por esse motivo vamos tentar falar o mínimo sobre a história em si. E isso será fácil, apesar que alguns dos aspectos positivos da série evocam a necessidade de falar sobre os personagens. Em primeiro lugar: o grande diferencial de Cardcaptor Sakura é perceber como os personagens secundários e coadjuvantes são relevantes para a construção da série como um todo. Todos têm muita importância, principalmente Syaoran Li (descendente de um clã mágico poderoso) e Tomoyo Daidouji (melhor amiga de Sakura). Só lendo para compreender esse cuidado da Clamp com a construção da história na mãos de todos.

Uma crítica importante é que a Clamp tem problemas na construção narrativa. Elas costumam deixam alguns pontos soltos, mas que não atrapalham no andamento da história. Ainda assim, são pontos soltos, mesmo que tenham certas soluções na continuação, Clear Card. Um desses "furos" é o próprio irmão de Sakura, Touya Kinomoto, que tem uma história complexa e que, apesar de ser explicada, não consegue dar conta de tudo. Digamos que o leitor tem que completar certos pontos da história por si, não pelo enredo.

Ainda assim, acompanhar Sakura em suas aventuras é algo muito marcante. Estamos falando de uma personagem que em nenhum momento se deixa abater e utiliza muito de seu próprio raciocínio para achar soluções criativas para resolver problemas que aparecem. Isso sem falar sobre o componente mágico da história que a torna intrigante. As relações entre passado, presente e futuro são essenciais para compreender o fluxo temporal na obra. Nada acontece à toa — apesar de alguns pontos não estarem completamente esclarecidos —, as motivações dos acontecimentos são sempre muito plausíveis.

Amadurecimento é a palavra de Clear Card. Fonte da imagem: [x]

Se por um lado, Cardcaptor Sakura se tornou um clássico entre os mangás de garotas mágicas, sua continuação não deixou nada a desejar. Ao contrário do clima mágico gerado na primeira série, o que paira no ar de Clear Card é suspense. A sensação que nossa querida protagonista poderia morrer em qualquer um dos volumes é um sentimento recorrente a partir do volume 3 da nova série. Inclusive, apesar de não ser perfeita, ela possui inúmeras qualidades que precisam ser apontadas.

Em primeiro lugar, trata-se de uma versão madura, na melhor fase de traços da Clamp. Todo volume era agradável de ler diante do perfeccionismo das artistas. Importante mencionar que, para além das imagens, elas não perderam o costume de fazer associações interessantes, como com o mundo de Alice no País das Maravilhas. Além de nossa protagonista, uma nova personagem, a Akiho Shinomoto, complexifica as relações entre a realidade e o mundo da magia.

A sensação de que tem algo de errado é tanto boa quanto ruim. Primeiramente, ela é ruim porque deixa o mangá um pouco mais pesado em relação ao anterior. Por mais que a Sakura ficasse em perigo, em Clear Card a coisa é diferente. É uma ameaça sorrateira, um quebra-cabeça sem fim. Inclusive é sem fim porque a Clamp só resolve boa parte dos mistérios principais nos últimos dois volumes da série. Enquanto isso, ou você fica no "achismo" ou fica torcendo para que, na semana seguinte, tenha alguma solução (que nunca vem).

Outro elogio importante: elas estenderam o número de volumes para 16, mas fez muito sentido. Em geral, existe um problema com mangás demograficamente localizados como Shoujo, voltados para um público do sexo feminino mais jovem: as histórias são alongadas e se tornam chatas e pedantes. No caso de Sakura isso não ocorreu. Pelo contrário: ao ter mais volumes, mais capítulos, a história ganhou ainda mais contornos, inclusive com explicações — algumas esfarrapadas — de histórias que não haviam sido bem explicadas até então.

Super recomendamos que você que está lendo leia Sakura Card Captors. Alguns de nós, da Call de Mangás da Debauchy Tea Party leram por pura nostalgia. Mas, sinceramente, foi uma grata surpresa a (re)leitura do mangá. Ainda vamos atualizar vocês com um resumo do que achamos de Wotakoi! Até a próxima!

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