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domingo, 1 de janeiro de 2023

Pluto, um mangá para lidar com perdas e pensar sobre os valores da humanidade

janeiro 01, 2023 Posted by Debauchy Tea Party No comments

 

Se você quer ler um mangá excelente, essa é mais do que a sua escolha. Fonte da imagem aqui
Vocês devem estar querendo saber o que o pessoal da Debauchy Tea Party achou da última escolha de leitura de mangá do ano passado, não é mesmo? Começando o ano com o pé direito, vamos falar um pouco dessa obra mais do que excelente chamada Pluto. Naoki Urasawa é o autor dessa jornada incrível que reúne o universo do clássico Tetsuwan Atom (o famoso Astro Boy) de Osamu Tezuka como fonte de inspiração. A escolha dessa vez foi da Mika e nós discutimos os oito volumes nas semanas finais de 2022.

O primeiro grande destaque está no andamento da obra. A cada semana, nós conseguimos perceber como vários de seus capítulos são "soltos", mas "soltos" no melhor sentido possível: por serem episódicos, as histórias ganhavam vida própria e independente da linha narrativa principal. Claro que o foco recai também na história do porquê robôs que haviam se envolvido em uma guerra estavam sendo mortos. Aliás, é importante destacar que o enredo gira em torno de Gesicht (Guezinho para os íntimos), um robô que participou dessa guerra e está na lista dos mais poderosos. Só os mais poderosos que estavam sendo perseguidos. Então, por serem episódicos, os capítulos ganharam mais vida e conseguimos compreender melhor quem era quem na história.

A vividez explícita nesse estilo de narrativa também aparecia em suas imagens. Se o andamento do enredo era excelente, o mesmo a gente pode falar das imagens. E os elogios são infinitos. Os cenários bem detalhados demonstram a preocupação de Urasawa em retratar a história de maneira que o leitor ou a leitora consiga sentir visualmente uma determinada sensação com aquelas imagens. Nem precisamos falar de como ele é incrível em tornar "mais humano" o traço de Tezuka, né? Esse forma "mais adulta" de representar personagens antes mais caricatos – característica do trabalho do autor original – trouxe um outro "ar" para a história. Os detalhes nunca deixaram de ser percebidos porque é algo intencional: a arte dele fala através das expressões dos personagens.

A expressividade é o ponto forte de Urasawa. Fonte da imagem aqui
Se vocês acham que é só isso, ainda tem mais elogios: as reviravoltas. Foram tantas e tão bem aplicadas. Porque não só as reviravoltas narrativas, no sentido de como a história está se encaminhando. Também tem as reviravoltas quanto às personalidades dos personagens. Por mais que isso faça parte da história, de seu andamento, foi excelente. Ele nos ensina o que é fazer personagens com camadas. Vocês têm noção que enquanto a gente lê a obra, a gente se emociona com robôs? Sim, porque a gente entende o sofrimento deles. A gente exerce empatia. Essa mensagem é tão importante nos dias de hoje, num mundo tão dividido e tão sofrido. O mundo precisa de amor: essa é a mensagem de Urasawa.

Existem diversas críticas também em relação ao impacto do ser humano no mundo, com suas invenções exageradas, com os impactos que realiza na vida de tantas pessoas. Fala de preconceito, discriminação e segregação de forma bem explícita, talvez tentando desenhar uma crítica mesmo ao Japão, de certa forma. Sua tentativa é mostrar aquilo que nos une como seres humanos. Somos diferentes, com certeza, mas compartilhamos estados e experiências parecidas. Aqui é o exercício da compaixão e da alteridade em ação.

Finalizando esta breve resenha, gostaria de agradecer a todos que têm participado da Call de Mangás. Quero agradecer aos membros do servidor. Principalmente, agradecer aos leitores de nosso querido blog. 2023 aguardam várias surpresas que serão anunciadas em nosso Twitter. Nos vemos até lá!

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