A grande jornada de Patrulha Estelar Yamato

 

Edição brasileira em versão única de Patrulha Estelar Yamato, lançada pela Editora NewPOP [Fonte]

Patrulha Estelar Yamato é considerada uma das grandes obras de Leiji Matsumoto. O mangá foi lançado junto com o anime, lá pela década de 1970, o que incomoda boa parte dos leitores do mangá – uma vez que o mangá é uma adaptação do anime, que é o material original, e não tinha acabado à época do mangá. É um mangá desafiador, principalmente porque tem um final aberto, o que deixa muita gente de cabelo em pé. Aqui no Brasil, está sendo comercializada pela Editora NewPOP, e você pode adquirir sua cópia aqui.

Resumidamente, é um mangá que se passa em um planeta Terra muito distante, no ano de 2199, que sofre com ataques de um outro lugar, o império chamado Gamilas. Com uma tecnologia superior à terráquea, a humanidade pensa em meios para superar o desafio de ser enfrentada por um inimigo muito mais forte. Então entra em combate um couraçado que foi muito importante durante a segunda guerra mundial: couraçado Yamato. Equipado como uma nave espacial, ele leva ao planeta Terra a esperança de vitória e a manutenção da humanidade como está.

Encouraçado Yamato decolando pela primeira vez. (Foto da edição brasileira.)

A arte de Leiji Matsumoto é impecável. Vários quadros mostram suas habilidades artísticas, com noções belas de luz e escuridão, profundidade e expressão dos sentimentos (através do olhar, algum gesto etc.). A quadrinização é incrível também, respeitando um ritmo que é agradável a quem está lendo. Ainda sobre a parte artística, especificamente sobre o uso da ideia de luz no mangá, é algo bem marcante, pois explora os sentimentos que estão sendo encarnados pelos personagens naqueles momentos.

Página dupla do QG da Terra. (Foto da edição brasileira.)

Um ponto que para alguns é polêmico diz respeito à história propriamente dita. Diferente das diversas críticas, durante as discussões na Call de Mangás acabamos por gostar dessas aberturas, até porque fizeram com que conversássemos sobre os possíveis caminhos da história. Claro que gerou certo desconforto, mas ao batermos um papo sobre foi bem interessante, porque conseguimos juntar algumas peças. Já outras, continuaram em aberto e é normal. Isso não tira o mérito da obra, talvez seja um pouco de preguiça de raciocinar ou de imaginar, um mal que assola o mundo ultimamente...

A capacidade de imaginação é algo que transborda nesta obra. Principalmente porque cria relações entre o passado japonês com um futuro imaginado que ainda não se realizou. Neste tipo de produção, uma ficção científica, é comum que tudo se torne extremamente datado. No caso de Patrulha Estelar Yamato isso não ficou tão evidente. Por tratar de temas muito gerais e focar muito mais a tecnologia nas armas, nem deu pra sentir uma diferença muito absurda ou algo que fosse extremamente anacrônico. A questão do(s) tempo(s) foi muito discutida, justamente pelo motivo anterior: alguns fatos ficam meio que perdidos e omitidos – as famosas elipses –, mas isso torna a obra mais instigante.

De maneira geral, foi um mangá bem agradável de ler e todos aguardavam ansiosos pela leitura. A versão da NewPOP é boa, principalmente pelo papel e impressão, apesar de todos nós termos algumas falhas, como folhas rasgadas (provavelmente da tiragem). Ainda assim, Patrulha Estelar Yamato ficará em nossa memória. Nos vemos muito em breve com mais um mangá que foi lido e já teremos postagem: Spirit Circle. Até lá!

Starsha te aguardando na próxima postagem. (Foto da edição brasileira.)