A leitura de títulos de volume único é uma experiência intensa, já que toda uma narrativa é resumida em uma quantidade de páginas limitada.
Os mangás lidos...
Hanafuda, de okama - trata-se de um mangá para maiores de idade. O destaque dele com certeza é o traço e suas páginas, que são todas coloridas. A crítica que pode ser feita é que a história do mangá é bastante interessante, tornando as cenas para o público adulto um extra, que poderia ser removido e deixar a história atingir um público mais amplo.
Watashitachi no Shiawase na Jikan, de Sumono Yumeka - é a história de uma garota que parou a carreira de pianista e um rapaz que está preso, condenado à pena de morte. O encontro e convívio deles acaba por mudar a forma como ambos enxergam a vida e se torna uma experiência valiosa.
Esse foi o único mangá que dividimos a leitura em duas partes, porém o resultado não foi positivo, pois perdemos a coesão com o início da história, deixando a discussão final menos interessante.
Reiraku, de Inio Asano - é a história de um autor de mangás que está em declínio, com obras que não fazem muito sucesso, e de como ele supera essa crise.
Com excelente traço e roteiro, esse mangá foi um dos que mais chamou a atenção dos que leram para a discussão. A comparação com Bakuman é inevitável, já que eles são praticamente opostos. Bakuman nos mostra garotos sonhadores em uma editora focada em um grande público, enquanto Reiraku mostra um autor frustrado, fazendo histórias para um nicho específico de leitores.
Hana wo Meshimase, de Keiko Iwashita - começa com uma protagonista que se vê largada no mundo e que é ajudada por um floricultor, que a contrata para trabalhar na loja dele. O contato com o trabalho com flores vai lentamente curando as feridas dela.
É um mangá leve e com uma conclusão simples. Ajudou a aliviar a clima depois de termos lido Reiraku.
Hoshi no Koe, de Makoto Shinkai (enredo) e Sumono Yumeka (arte) - uma garota vai em uma missão ao espaço sem previsão de volta, porém há alguém que a aguarda e que pensa nela na Terra. A ligação entre ela e seu amigo de infância supera a distância que cada vez aumenta.
Sendo uma adaptação do filme de mesmo nome, esse mangá dá mais profundidade à história, incluindo elementos novos, porém sem perder a essência.
Tokidoki, de Naoshi Komi - trata-se da história de Hato Iijima, que descobre o segredo de Hatsu Takagi: ela possui uma doença no coração e tem pouco tempo de vida. Apesar disso, ele faz uma promessa de ajudá-la a aproveitar o tempo que resta ao máximo!
Foi o único dos mangás que fez as pessoas realmente chorarem. A narrativa é muito bem conduzida, chegando num clímax que faz todos se surpreenderem e não conseguirem segurar as lágrimas!
E.. após esses 6 títulos, lemos mais dois volumes únicos!
Omoide Emanon, de Kenji Tsuruta (arte) e Shinji Kajio (enredo) - conta a história de Emanon, que carrega a memória de 3 bilhões de anos.
Em nossa discussão, elogiamos a bela arte mais realista do mangá e como a história é bem situada no tempo (conseguimos saber em que ano se passa por relatos de TV e jornais), também pudemos notar como as falas da Emanon são mais longas que de qualquer personagem, fazendo um paralelo com seu longo tempo de existência. Também gostamos da sinceridade dela em relação às pessoas e que ela parece já um tanto conformada com carregar esse enorme fardo dessa memória de tantos anos.
Tarareba, de Kyou Hatsuki - Fala sobre voltar no tempo em troca da sua segunda coisa mais importante na vida.
Esse mangá nos fez pensar no que seria a nossa segunda coisa mais importante e como alguns fatos da vida são inevitáveis e como algumas escolham mudam tudo sutilmente.
E vieram mais dois títulos na discussão...
Minha Experiência Lésbica com a Solidão, de Kabi Nagata - O mangá conta os percalços da autora do término do ensino médio até se tornar autora de mangá.
Nós gostamos muito da colorização das páginas, que possuem um tom de cor-de-rosa, além disso, a narrativa da autora leva, apesar da dificuldade de tudo que ela passou, a uma conclusão positiva. Os problemas não acabaram, porém o auto-conhecimento e a melhoria dos hábitos de vida dela começaram a ajudá-la a seguir um objetivo na vida.
The God's Lie, de Kaori Ozaki - The God's Lie conta a história de algo que não pode ser contado. Talvez seja uma história de amor. Pode ser uma história sobre um crime. Mas também pode ser a redenção após cometer um pecado. Ou será sobre valorizar os detalhes pequenos da vida? Para além disso, com certeza é uma obra sobre como pais podem ser desleixados com seus filhos. Apesar de ser um mangá curto, ele é um tanto complexo e sua temática não atraiu tanto o pessoal que discutiu sobre ele. Ainda assim, sua arte e alguns breves momentos trouxeram certa emoção.
Ela e o Seu Gato, de Makoto Shinkai (enredo) e Tsubasa Yamaguchi (enredo e arte) - Mostra a visão de um gato, Chobi, que vive com sua dona, Miyu, uma jovem que começa a experimentar os desafios da vida adulta.
Na nossa discussão, houveram comentários diversificados sobre a obra, alguns gostaram e entenderam que ela superou a pressão de ter que arranjar um namorado, já que rejeitou um pretendente. Outros entenderam que a história poderia ser melhor aprofundada, já que não encerrou diversas "pontas abertas", não aproveitando bem o novo espaço.
O mangá é baseado em curta, feito por Makoto Shinkai, com duração de 5 minutos, e que pode ser visto em:
E mais alguns títulos foram lidos...
The Wedding Eve, de Hozumi - O mangá trás uma compilação de histórias avulsas com o tema em comum de morte e como as pessoas lidam com isso. Apesar de muitas histórias serem bonitas, o uso de estereótipos é bastante marcante nessa obra, como o irmão que é superprotetor com a irmã, escritor com crise criativa etc.
A leitura, porém, possui altos e baixos, devido à variedade de histórias contadas (são vários contos com temas interligados). Alguns capítulos não foram unanimidade para os participantes da discussão, porém a história principal é muito cativante, o que dá ao mangá um saldo positivo ao final da leitura.
Tom Sawyer, de Shin Takahashi - Tom Sawyer conta a história de Haru, uma adulta que volta para a cidade onde morava. Lá ela encontra Taro, com quem faz amizade e vivem aventuras.
Nós gostamos muito da arte do mangá, porém estranhamos a infantilização das crianças, que parecem ter cerca de 13 anos, porém são muito inocentes e não pensam em nada sexual, o que seria normal no início da puberdade.
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